Muito se tem falado sobre a retoma do mercado imobiliário. O crédito à habitação começa a ser novamente uma realidade, pelo que a intenção de mudar de casa volta a ganhar forma para muitos portugueses.
Existem diversos motivos que nos levam a querer mudar de casa – a vontade de sair de casa dos pais, a necessidade de ter uma casa maior para a família que entretanto aumentou, o desejar morar num local mais agradável ou mais perto do local de trabalho. Todos estes são bons argumentos. Mas a verdade é que, independentemente do motivo, mudamos de casa porque queremos ser mais felizes.
Tomada a decisão, começamos a debater-nos com a questão económica. A nossa casa não vale tanto quanto gostaríamos e a que queremos comprar tem um preço mais elevado do que o pretendido.
Este é um fenómeno normal pois temos sempre a expectativa de efetuar um bom negócio tanto a vender como a comprar. No entanto, a lei da oferta e da procura encarrega-se de nivelar os valores e a internet coloca todas as ofertas à disposição – pelo que é muito fácil começarmos a caminhar para valores cada vez mais uniformes para uma dada tipologia de casa e zona.
Existem, no entanto, fatores que fazem com que os valores oscilem positiva ou negativamente, o que implica correções ao preço entre casas idênticas (tanto em prédios distintos como no mesmo prédio). Passamos, assim, a ter a relevância do estado de conservação, da manutenção e da consequente agradabilidade do espaço. No entanto, enquanto a manutenção e conservação da casa nos permitem poupar algum dinheiro na compra e optar por fazer obras de acordo com o gosto pessoal, o cenário muda no caso do condomínio. Isto porque sabemos que, aí, fazer obras é um processo de decisão mais complexo e que muitas vezes esbarra na condição financeira dos restantes condóminos, sendo provável que o processo se arraste no tempo.
O condomínio constitui, assim, um fator decisivo na valorização ou desvalorização das casas. Sendo um ativo que é de todos os condóminos e que deve ser tratado como tal, os cuidados e a atenção para que seja sempre uma mais-valia e não uma menos valia patrimonial devem ser assegurados por todos os envolvidos.
A estratégia deverá ser sempre a da manutenção e preservação do condomínio de forma continuada, evitando “deixar degradar para depois recuperar” – o que implica custos mais elevados e condiciona a qualidade de vida de quem lá habita.
Como se percebe, o condomínio é uma extensão da nossa casa, pelo que deve ser cuidado e mantido do mesmo modo como gerimos o espaço a que chamamos ‘lar’.
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